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terça-feira, 29 de outubro de 2013

MATÉRIA DA ÉPOCA: NOVA REFORMA?! ONDE?!


 


Enquanto esperava para ser atendido por um amigo na recepção de seu escritório, deparei-me com a matéria da Revista Época sobre uma suposta Nova Reforma Protestante. Outro dia li rapidamente no Pavablog, blog do Pavarini, comunicólogo incansável. Ontem um amigo da Igreja da Lapa, enviou-me a matéria completa para uma reflexão mais apurada. Na verdade, já tinha minhas inquietações nas primeiras leituras rápidas que fiz.


 



Alguns poucos supostos "intelectuais" evangélicos brasileiros (ainda que neguem, posto que está na moda para essa gente negar que são evangélicos) recém-criados pela própria mídia que ora eles detonam, agora arrogam-se de novos detentores da verdade. Como disse o Dr. Caio Fábio no Youtube: "não são protestantes, são reclamantes, não têm compromisso com o Evangelho e gostam do clubinho, gostam da brincadeirinha" e emenda: "eu ainda estou aguardando a conversão de vocês ao Evangelho".


Também sou crítico do evangelho neopentecostal, dos jargões infames, dos chavões do evangeliquês, do evangelho apresentado na mídia: mascarado, caricato e adulterado. Mas, aqui pra nós, não há nada de novo. É isso mesmo! Mudaram a roupagem, mas os atores são os mesmos, os nomes são os mesmos, apenas mudaram as máscaras de acordo com seus interesses. Que Reforma é essa que me afasta da ortodoxia? O Ricardo Gondim, apesar de sua capacidade intelectual (?) e inteligência em ordenar as palavras no papel, abraça o Teísmo Aberto e, ao mesmo tempo que propõe uma revisão dos conceitos de Onipotência, Onisciência, Onipresença e Soberania de Deus (segundo ele, herança das instituições que vêm desde a Idade Média), quer nos empurrar para os braços do seu novo affair: o ecumenismo pregado no atual metodismo, onde frequenta salas e cadeiras como pós-graduado em Ciência da Religião. Ou seja, o Gondim prega uma Reforma às avessas, contrária à fé ortodoxa e que nos leva de volta para os braços de Roma. Já o Ed Rene Kivitz com sua "outra espiritualidade " ou "nova espiritualidade", defende igualmente o diálogo inter-religioso, outro nome para ecumenismo, enquanto o Ricardo Gouveia, Ariovaldo Ramos (também está embarcando nessa) e outros, pegam carona no denuncismo contra as igrejas neopentecostais (que são dignas de críticas) e   desenvolvem um discurso tido como "politicamente correto", atacando o cristianismo histórico denominando-o de religiosidade institucionalizada.


Acho mesmo que estão bem intencionados e que são homens de bem. Todavia, vivem uma vida fora da realidade brasileira. São burgueses comprometidos com suas próprias visões, gostam de posar de intelectuais na mídia evangélica, são presunçosos, mas se chegar um endemoninhado em suas igrejas não saberão o que fazer, porque nessas igrejas intelectualizadas não tem espaço para o pobre, nem libertação, nem cura para "os gadarenos". Eles brincam de "igreja-modelo", de "novo-paradigma", e desprezam as igrejas por onde passaram e os líderes com quem aprenderam e cresceram. Hoje, pós-graduados, doutores, esquecem suas origens, desdenham delas e desfilam toda sua vaidade nos artigos, nos livros e nas "academias evangélicas" e similares. E o pior: seus egos estão inflamados por serem tidos e reconhecidos por novos reformadores e nem se dão ao luxo de virem a público para rejeitarem o título que não merecem e que não fazem jus. Eles se acham mesmo reformadores, formadores de opinião, agentes históricos levantados por Deus para pôr fim a um ciclo da História da Igreja. Quanta presunção cabe em tão poucos corações humanos! Há pouca diferença entre eles e os que são objetos de suas críticas e infelizmente, com raríssimas exceções, lutam consciente ou inconscientemente para imortalizar suas obras.





Outro que vem ganhando destaque é o Pr. Elienai Cabral Júnior, que bebeu da fonte da teologia ibadiana (IBAD - Instituto Bíblico das Assembleias de Deus) em Pindamonhangaba, depois tornou-se filhote do Gondim na Betesda. Extrai o texto abaixo do Púlpito Cristão, do querido Leonardo Gonçalves. Pelo teor do texto abaixo de autoria do Elienai Júnior, podemos avaliar que tipo de teologia esses novos "reformadores" estão fazendo com a Igreja: 


DEUS DE TÃO PERFEITO conheceu a plenitude do tédio. De tão cercado pelo idêntico a si mesmo, incapaz de dizer por que hoje não é apenas um reflexo de ontem, sem jamais ter sonhado com um outro dia, enfadado com a previsibilidade de um mundo impecável, inventou o amor. Ou seria, preferiu amar? [..] Deus, que do absoluto fugiu em desespero, que inventara o imperfeito, imperfeito se fez. Inventou-se entre os incertos. Aperfeiçoou a imperfeição. Humanizou-se entre humanos. De tão impreciso, despido das forças do absoluto, igualmente inapreensível, excepcionalmente frágil, tão vivo e tão morto, descortinou o absoluto como quem desnuda o que é mau. Imperfeito, salvou-nos da perfeição. (Elienai Cabral Jr.).



Infelizmente não está acontecendo nenhuma Reforma benéfica na igreja evangélica brasileira. A única coisa boa que está acontecendo, que consta na matéria da Época, é o evangelismo simples observado em Rondônia e a "subversão" popular de gente simples que não tem voz, status, poder ou dinheiro (como este editor) que através dos blogs pode falar a verdade sem pedir licença e apresentar seu ponto de vista em detrimento do elitismo intelectual que campeia o meio evangélico, entre outras coisas.

Maranata. Ora vem Senhor Jesus!
Deus abençoe a todos.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PROTEGE O CULTO É APROVADO NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS

PROJETO DE LEI QUE DESOBRIGA IGREJAS A CELEBRAREM CASAMENTO GAY E PROTEGE O CULTO É APROVADO NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS


Ele prevê ainda que as denominações religiosas poderão pedir a retirada de pessoas de dentro de seu templo, caso estas se comportem de forma inadequada às crenças adotadas no local.
·         18 Out 2013 
·         Escrito por Da Redação
·         Publicado em CH Informa 

Uma nova polêmica entre ativistas gays, líderes religiosos e parlamentares das bancadas evangélica e católica foi iniciada com a aprovação na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) do projeto 1411/11, que desobriga templos religiosos a celebrarem casamentos de pessoas do mesmo sexo.


O projeto, de autoria do deputado Washington Reis (PMDB-RJ), prevê ainda que as denominações religiosas poderão pedir a retirada de pessoas de dentro de seu templo, caso estas se comportem de forma inadequada às crenças adotadas no local, como no caso em que duas jovens ativistas gays se beijaram durante o Glorifica Litoral, onde o pastor Marco Feliciano pregava.
"É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida a proteção aos locais de culto e suas liturgias [...] Deve-se a devida atenção ao fato da prática homossexual ser descrita em muitas doutrinas religiosas como uma conduta em desacordo com suas crenças. Em razão disso, pelos fundamentos anteriormente expostos, deve-se assistir a tais organizações religiosas o direito de liberdade de manifestação", justificou o deputado Reis, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo.


O relator do projeto, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), emitiu parecer favorável à ideia, por entender que os direitos de liberdade de expressão não podem suplantar a liberdade de crença: "Do contrário pode-se entender como verdadeira imposição de valores que não são próprios das igrejas, sendo que, aqueles que não concordarem com seus preceitos, basta eximir-se voluntariamente da participação em seus cultos", pontuou.


Boa parte da mídia nacional noticiou a aprovação do projeto na CDHM como uma iniciativa do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) que visava a proibição de homossexuais nas igrejas evangélicas. Em seu Twitter, o presidente da CDHM posicionou-se a respeito do assunto e negou que a iniciativa tivesse o teor das manchetes.
"Mais uma vez uma parte da mídia mente deslavadamente! Dizendo que foi aprovado um projeto que proíbe a entrada de pessoas em cultos. Quando aprenderem a ler os projetos e interpretá-los sem preconceito talvez haja paz. Como podemos impedir alguém de ir à igreja? Todos tem o direito de ir e vir. Independente de sexo, cor ou fé. Todavia o respeito aos cultos, templos e homilias tem que ser observados. Sejam todos bem-vindos aos cultos evangélicos e católicos! Cultuem conosco! Adorem a Deus conosco! Um abraço a todos!", publicou o pastor.


"Mais uma vez uma parte da mídia mente deslavadamente! Dizendo que foi aprovado um projeto que proíbe a entrada de pessoas em cultos. Quando aprenderem a ler os projetos e interpretá-los sem preconceito talvez haja paz. Como podemos impedir alguém de ir à igreja? Todos tem o direito de ir e vir. Independente de sexo, cor ou fé. Todavia o respeito aos cultos, templos e homilias tem que ser observados. Sejam todos bem-vindos aos cultos evangélicos e católicos! Cultuem conosco! Adorem a Deus conosco! Um abraço a todos!", publicou o pastor.

O projeto 1411/11 agora seguirá para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e se aprovado, será encaminhado para votação no plenário da Casa.
Fonte: http://cristianismohoje.com.br


PORQUE GRITAR????


 



É melhor ouvir as palavras calmas de uma pessoa sábia, do que os gritos de um líder numa reunião de tolos.” (Eclesiastes 9:17).


Crer-se ter sido Salomão o autor do livro de Eclesiastes, vimos neste versículo o autor promover uma relação entre a prudência e o volume da voz. Aprendemos que o texto nos ensina que, há uma relação direta entre a voz e o nível de equilíbrio emocional de quem fala. Ao nos sentirmos encurralados por alguma coisa, e ao sermos afrontados, sem termos bons argumentos, não é difícil apelarmos para o grito, para o tom mais agressivo da voz, e ai é bom se lembrar da passagem “ouvir as palavras calmas de uma pessoa sábia” é reconfortante e construtivo.




O profeta Elias se encontrou desesperado um dia, fugindo da morte, porém desejando morrer, e a ajuda que obteve do Senhor não foi uma grande ventania, nem terremotos, nem chamas de fogo intensas. Deus simplesmente restaurou o profeta através de uma “voz mansa e suave”.




Muito se vê nos dias de hoje líderes em púlpitos das igrejas que, gritam a plenos pulmões seus sermões, como se a sabedoria do Senhor pudesse ser influenciada e imposta pela eloquência simplória dos homens. O Senhor não quer “gritos de um líder” e sim a simplicidade, de uma mente capaz de absorver uma palavra genuína, que ao ser ministrada penetre o coração dos ouvintes não pelo tom de voz que está sendo imposta e sim pela essência do conteúdo dirigido pelo Espírito Santo para que esses ouvintes sejam convencidos de seu mal caminho, reconheçam que são pecadores e necessitam do perdão de Deus, que só pode ser alcançado por intermédio de crer em Cristo Jesus como Senhor e salvador de sua vida. O Pai jamais recusa a voz que vem do íntimo daquele que demonstra “um coração quebrantado e aflito”.


E a palavra de Deus nos afirma “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51:17). Então para que gritar? Quando o que basta é buscar dia a dia maior conhecimento, discernimento e intimidade com o Espírito Santo, pois assim Deus falará de forma poderosa, mansa, calma, penetrante e poderosa, ao coração de tantos que se encontram perdidos, e visitam tantas igrejas em busca de uma palavra de conforto, paz, e que leve diretamente a vida eterna. Precisamos falar mais sobre salvação, e não bater sempre na mesma tecla sobre os problemas, dinheiro, riqueza, o mundo precisa de Jesus Cristo, nada mudou em Deus, tudo passa e passará mesmo, mais a palavra do Senhor e sua promessa de perdão e salvação para todos que confessarem seu filho como Senhor e Salvador de suas vidas permanecerá até o ultimo dia.


Amados, Jesus está voltando, já se passaram mais de 2.000 anos, quando no livro de Atos nos relata, “E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” (Atos 1:10-11). Oh Maravilha!


É real, esse acontecimento profético há de se cumprir um dia, e não podemos esperar para anunciar as boas novas, o evangelho de Jesus, que é graça, perdão, salvação, mudança de vida. Mais não precisa gritar, basta falar com propriedade sobre o que o Filho de Deus tem a oferecer a toda humanidade, sem discriminação de raça, cor, condição social, financeira ou pensamentos.




Muitas vezes você pode ser contra atitudes de determinadas pessoas, mais não pode julgar seus pensamentos ou opiniões, apenas pregue, mostre que Jesus Cristo não é e jamais será religião, como costumo dizer “Seguir a Jesus não é religião, e sim convicção de vida Eterna”. Quando tiver a oportunidade de subir ao Púlpito para pregar, peça a Deus uma palavra transformadora a quem ouve, como disse (Martyn Lloyd-Jones/teólogo protestante do século 20).


“A pregação deve causar uma diferença tal no ouvinte, que nunca mais ele será a mesma pessoa”, e isso só é possível se a palavra que sair da boca daquele que fala seja totalmente direcionada pelo Pai, e atinjam os corações dos ouvintes de forma mansa e suave, e como brasas vivas do altar aqueçam os corações parra sempre. Com amor da parte do Pai.


 


Pregador Maurio Maciel – CPMV Brasília.
Postado por VIVENDO O NOVO DE DEUS às 14:32 

“3 MUDANÇAS CULTURAIS QUE DESFIAM A IGREJA”



CONHEÇA AS “3 MUDANÇAS CULTURAIS QUE DESFIAM A IGREJA” EM NOSSOS DIAS 
O Apologista Cristão Josh Mcdowell Faz um Alerta a Pais e Pastores.

 
·         Escrito por  Da Redação 
·      Publicado em CH Informa 


O conhecido evangelista e apologeta Josh McDowell participou da Conferência de Apologética Cristã Evangélica. Ele disse ser necessário aos cristãos ficar alertar para "três mudanças culturais que desafiam e ameaçam a igreja".

Segundo McDowell, a
primeira é uma mudança epistemológica que se intensifica em relação às verdades bíblicas, cada vez mais desacreditadas como "Palavra de Deus".

"Tivemos uma grande mudança sobre o que entendemos ser a verdade e de onde ela vem. Passamos de algo centrado em Deus para algo centrado em nós mesmos. Do que era objetivo para o subjetivo, do interior para o exterior", explicou.




O evangelista argumenta que a verdade maior, que sustenta a Igreja, é vista hoje apenas como a opinião pessoal de algumas pessoas. Em especial está sendo desacreditada pelos jovens, que abandonam a ideia de um Deus pessoal.

"Em 1991, 51 % dos adultos jovens evangélicos disseram que não há verdade além de suas próprias opiniões. Hoje, esse número chega a 91 %", disse McDowell.

O
segundo aspecto destacado pelo apologista é "a explosão de informação" da Internet, que desafia a cultura das pessoas, seus pontos de vista morais e opinião sobre a Igreja. Ele cita uma pesquisa recente, a qual aponta que um usuário da rede tem disponível, a cada dia, cerca de 34GB de dados da Internet e cerca de 100 mil palavras. E a tendência é um crescimento anual de 5% desse número.

"Cada pastor, pastor de jovens, e todos os pais estão concorrendo com a Internet e as informações de que estão sendo espalhando toda hora", disse McDowell. "A maioria dos jovens não recebem mais as notícias dos canais de televisão. Preferem ler os blogueiros. Há cerca de 181 milhões de blogueiros que disputam a atenção de seus filhos".



Essa quantidade ilimitada de informações on-line que as pessoas têm acesso está causando um aumento no ceticismo, lamenta McDowell. "Se você não acredita em mim, procure os jovens nas faculdades e no ensino médio. Leve algumas frases e diga que aquilo é "sem dúvida alguma, verdadeiro". Você vai ouvi-los dizer:" Como você sabe que isso é verdade? " Há tanta coisa que não sabemos.... [Para] todos os jovens, até mesmo cristãos, a era da Internet está enfraquecendo suas convicções, porque eles acham que amanhã poderão descobrir outras coisas."

Ele enfatiza: "As perguntas que você costumava ouvir nas universidades 15, 20 anos atrás.... Sobre fé, Jesus e a Bíblia, sobre ceticismo, questionamentos que você costumava ouvir nos últimos dois anos de faculdade hoje são feitas por crianças de 10, 11 anos. Eles aprendem mais sobre a vida no Face book [que na escola]".


O
terceiro e último aspecto destacado por ele, é que os pastores não podem pastorear da mesma maneira que fizeram nos últimos 20 anos. Os pais tampouco podem querer educar seus filhos da mesma forma que foram criados, pois o mundo mudou.

"Vinte anos atrás, dizíamos que você precisava ganhar a alma das pessoas até os 18 anos, caso contrário teria muitas dificuldades e alcançá-las. Agora, ateus e agnósticos têm o mesmo acesso aos seus filhos que você. A internet mudou as regras, e agora se você não ganhar uma criança até seu aniversário de 12 anos, você pode não conseguir mais".

McDowell enfatizou que um dos aspectos mais claro é que os jovens estão cada vez mais viciados em pornografia. "Lamentavelmente, parece não haver nenhuma diferença nos números dentro e fora da igreja." Citando outra pesquisa, lembrou que um número crescente de pastores têm problemas com a pornografia. McDowell apontou que a exposição maior a imagens de pornografia influencia na busca de "outros tipos de prazer... incluindo o homossexual".



Seu conselho é que pais e pastores preparem melhor as pessoas sob seus cuidados para o que eles, inevitavelmente, encontrarão no dia-a-dia nessa sociedade. Ele acrescentou: "É tão idiota quanto dizer, 'você não pode ouvir música", em nossa cultura. Você não conseguirá passar a vida sem ouvir música. Hoje, você sequer conseguirá viver sem ser exposto à pornografia. Os pais que prepararem seus filhos irão ganhar, os que pensam que irão consegui-los isolar do mundo, irão perder".

Fonte: Christian Post e Gospel Prime


“FERRAMENTAS INDISPENSÁVEIS”

“FERRAMENTAS INDISPENSÁVEIS”
Para o publisher Gerson Lima, obras clássicas são essenciais à Igreja do século 21.
·         Escrito por  Da Redação 
·         Publicado em Entrevistas Nacionais 


“Ferramentas indispensáveis”


Em tempos de livros cristãos utilitários e com tantos lançamentos voltados a uma teologia superficial, muita gente aspira pelo retorno à solidez literária do passado. "Os clássicos mudam nossa mente e geram frutos para a eternidade", diz um desses entusiastas, Gerson Lima – não por acaso, publisher da Editora dos Clássicos. Apaixonado por esse tipo de obra desde 1988, quando se viu sufocado pelas exigências do seminário teológico e faminto por conteúdos mais profundos acerca da Palavra de Deus, Lima é criterioso no que publica. "Buscamos sempre a direção divina para nosso trabalho", garante. Segundo ele, não falta espaço para os clássicos – "O que falta é investimento das igrejas e lideranças", aponta.
CRISTIANISMO HOJE – Apesar da relevância das obras clássicas, comprovada pela história, os catálogos e livrarias não têm tanto espaço para elas. Qual é o efeito disso?

GERSON LIMA – Temos uma geração cristã superficial e pragmática como resultado do que a liderança está colocando na mesa como alimento. O momento é muito delicado, pois o ramo editorial transformou-se num negócio e deixou de lado sua missão e compromisso com Deus. Publica-se o que se vende, e não o que promove a glória de Deus. Como disse A.W. Tozer, temos que decidir o que não ler. Há muita areia e pouco ouro.
Até o termo "clássico" sofreu uma redução de sentido, passando a designar, muitas vezes, best-seller...

Realmente. O termo hoje sofre uma banalização por causa de certas estratégias duvidosas de propaganda. Mas os clássicos cristãos são obras geradas pelo encargo do Espírito Santo, por meio de homens que foram forjados na escola de Cristo. São obras aprovadas pelo tempo, que mudam o curso da história e, sempre que são lidas, colocam-nos em contato com o céu.
Que obras merecem ser chamadas de clássicas, em sua opinião?

Há obras que não podem faltar na biblioteca de qualquer leitor: A história dos hebreus, de Flávio Josefo (CPAD); O livro dos mártires, de John Fox, e O peregrino, de John Bunyan (Mundo Cristão); Cristianismo puro e simples, de C.S. Lewis (Martins Fontes); Confissões, de Santo Agostinho (Paulus), O Sermão do Monte, de Martin Lloyd-Jones (Fiel); A morte da razão, de Francis Schaeffer (ABU), e vários outros. Entre os escritores nacionais, posso destacar As duas naturezas do Redentor, de Heber Carlos de Campos. Mas também recomendo algumas obras de Augustus Nicodemus Lopes e Hernandes Dias Lopes, que, creio, logo se tornarão clássicos.
Do que ainda não saiu em português, o que a Editora dos Clássicos pretende publicar?

Ainda falta muita coisa boa. Temos o alvo de publicar as obras de G.Campbell Morgan, considerado mundialmente o príncipe dos expositores da Bíblia. Suas obras são consideradas por muitos o que há de melhor na categoria expositiva e de espiritualidade, mas não há nada dele em português. E seguiremos publicando os clássicos de T.Austin-Sparks. Segundo Christian Chen, Sparks e Tozer são considerados os maiores profetas do século 20.
O que fazer para despertar o interesse de editores, leitores e formadores de opinião cristãos para a importância dos clássicos?

Em primeiro lugar, é preciso entender essa importância. Os clássicos, como voz profética, são luz na escuridão da apostasia do cristianismo secularizado, apontando o rumo da vontade de Deus para seu povo. Também são excelentes ferramentas apologéticas, pois reavivam nossa comunhão com Deus, fincam nossos pés na Palavra e nos inspiram a uma vida santa de pregação. A Igreja deveria ser uma oficina de pensadores, constituídos pela Palavra e treinados para os múltiplos serviços cristãos. Nesse caminho, os clássicos são ferramentas indispensáveis.


HABEMUS PROBLEMAS

HABEMUS PROBLEMAS

Igreja Católica brasileira enfrenta o crescimento evangélico e o desgaste de tradições.

·         Escrito por  Carlos Fernandes 
·         Publicado em Religião 

Habemus problemas


O Brasil que acaba de receber o papa Francisco e uma multidão de católicos que acorreram de várias partes do mundo para a Jornada Mundial da Juventude, realizada no fim do mês passado no Rio de Janeiro, já é um país bem diferente daquele que outro líder católico, João Paulo II, visitou em 1980. Neste curto intervalo histórico de três décadas, a maior nação em número de fiéis declarados da Igreja Romana teve seu perfil religioso significativamente alterado. Agora, na segunda década do século 21, já é muito comum encontrar gente como o analista de suporte técnico José Thadeu Hoffman, mineiro de 33 anos. Mesmo oriundo de uma linhagem com forte tradição religiosa – seu avô foi curador de templos católicos; o pai, catequista, e duas tias tornaram-se freiras –, hoje ele é evangélico. Do passado, ele se lembra com carinho das missas que frequentava "com a melhor roupa" e das vezes em que, menino, atuou como coroinha, auxiliando o vigário nas celebrações. E só. "Percebi que muita coisa que vi e aprendi ali não tem qualquer base bíblica. Encontrei a verdade da Palavra de Deus", afirma ele, que já foi devoto de São José e pensou seriamente em virar padre.

"Um dia, ouvi uma mensagem evangélica sobre o engano da adoração aos santos e de Maria como mãe de Deus", conta. "Hoje, respeito a fé dos católicos, mas não a compartilho. Encontrei em Jesus, e somente nele, o caminho da salvação". Desde então, José Hoffman frequenta o Ministério Cristo, Luz do Mundo, igreja pentecostal localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. Experiências como a dele explicam, em grande parte, um fenômeno religioso recente e sem paralelo na história do país: o declínio numérico do catolicismo, que ocorre simultaneamente ao avanço das igrejas evangélicas. No intervalo de uma geração, a Igreja Católica Apostólica Romana encolheu quase 25 pontos percentuais. Já os evangélicos avançaram mais de sessenta por cento em apenas dez anos. Por isso mesmo, o Vaticano vem adotando várias medidas para fortalecer sua fé entre os brasileiros nos últimos anos. A visita de Jorge Mario Bergoglio ao país foi a primeira viagem oficial de seu pontificado – e a quinta presença papal no país. Nove bispos brasileiros tornaram-se cardeais e religiosos que nasceram ou viveram no país foram canonizados: o padre José de Anchieta, considerado beato desde 1980; madre Paulina, a primeira santa brasileira, sagrada em 2002; e frei Antônio de Sant'Ana Galvão, santificado em 2007 pelo papa Bento XVI.

É impossível mensurar os resultados, a curto e médio prazos, da passagem de Francisco pelo país. Convém lembrar que outro episódio do gênero com grande repercussão nacional, a participação de João Paulo II no Encontro Mundial com as Famílias – realizado em 1997, também no Rio –, não alterou a tendência de encolhimento. Naquela época, o processo de evasão era ainda mais acelerado, com a estimativa de 600 mil fiéis católicos batizados deixando a Igreja a cada ano. Mas a passagem do simpático Bergoglio pela Terra brasilis foi avaliada como altamente positiva: "Ele gerou muita esperança na Igreja Católica. Mas é difícil quantificar essa mudança no aumento do número de fiéis", sintetiza o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da Convenção Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida, cidade paulista que abriga o maior santuário católico do país. Em entrevista à Agência France Presse, o religioso confirmou que o crescimento dos evangélicos impulsionou um despertar da Igreja Católica. "Talvez nós tenhamos nos acomodado, e pode ser que o crescimento do movimento neopentecostal tenha nos feito acordar para a nossa verdadeira missão".

Há outra situação, esta apontada pelo padre Pedro Gomes, professor da Universidade do Vale do Rio Sinos, no Rio Grande do Sul. "Os católicos brasileiros, ultimamente, estavam com a autoestima baixa, em muito por causa dos grandes escândalos". Embora os ruidosos casos de pedofilia no clero e desvio de recursos tenham ocorrido no exterior – como a recente descoberta de um esquema milionário de lavagem de dinheiro no Banco do Vaticano –, é evidente que repercutiram e causaram descrédito à Igreja também por aqui.

IDENTIDADE SOCIAL

Consolidada no país, a fé católica é mais do que apenas uma tradição religiosa. Ela influenciou a cultura, interferiu na política, inspirou leis e estabeleceu a ética ao longo de centenas de anos. Nos séculos 16 e 17, enquanto a Reforma Protestante promovia profundas transformações religiosas na Europa, o país viu nascerem em seu território duas colônias reformadas, a França Antártica e a Nova Holanda, surgidas a partir das invasões militares, respectivamente, de franceses e holandeses. Duramente combatidas com apoio da Igreja, então na linha de frente da temida Inquisição, as duas iniciativas duraram pouco. Embora já não seja a religião do Estado há 122 anos, desde a primeira Constituição republicana, o catolicismo jamais abriu mão de seu caráter "oficial". "É muito difícil, para um católico, admitir a legitimidade espiritual de outras igrejas cristãs", observa o pastor batista Paulo Roberto Inácio, que além de exercer o ministério como pregador leciona História na rede particular de ensino em Campinas (SP). "Desde cedo, no catecismo, ele aprende que, fora da Santa Igreja Católica Apostólica Romana e de seus dogmas e ritos, não há salvação". Para Inácio, a mudança do cenário religioso no Brasil é, na maioria das vezes, ignorada pela liderança católica. "Bispos e cardeais agem de maneira monolítica, como se as demais correntes cristãs no país não passassem de grupos sectários. É uma mentalidade de quem se acostumou a pensar em termos de exclusividade."

"Em uma sociedade que era católica por pressão social, é natural que, com o aumento do pluralismo e da liberdade cultural e religiosa, haja a diminuição do número da igreja hegemônica", raciocina o teólogo Jung Mo Sung, diretor da Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo. "Isso aconteceu também em países de maioria protestante, como os da Europa ocidental, que viram o número de seus fiéis diminuírem drasticamente", compara. Ele lembra que a relação entre católicos e evangélicos, no Brasil, já enfrentou momentos difíceis, sobretudo na primeira República. "Havia intolerância e um comportamento hegemônico por parte dos católicos, fortalecidos por um panorama político amplamente favorável à manutenção daquele status quo". Com o tempo, prossegue, isso foi mudando – "E um dos aspectos mais importantes desse processo foi o crescimento do segmento evangélico e a conquista de visibilidade midiática, comportamental e econômica pelos crentes".

Para ele, embora o declínio percentual do catolicismo tenha sido mais acentuado nos papados de Karol Wojtyla e Joseph Ratzinger, o fenômeno não pode ser atribuído à maneira como eles conduziram a Igreja. "Em termos sociológicos, há também um aspecto importante", destaca. "Hoje em dia, o pertencimento a determinada igreja não é o fator fundamental da identidade social. Isto é, no passado, a maioria identificava ser brasileiro com ser católico e acabava se opondo ao surgimento de novas igrejas cristãs. Hoje em dia, a denominação da igreja não tem mais esse papel tão importante na identidade social."

COMPETITIVIDADE

"A recente eleição do papa Francisco, por seu perfil de sacerdote franciscano e teólogo latino-americano que possui sensibilidade em relação aos pobres, e sua prática histórica de aproximação dialética com as igrejas protestantes, gerou inequívoco clima geral de otimismo no que tange às possibilidades de diálogo e aproximação". A análise é do pastor metodista Luís Wesley de Souza, com pós-doutorado em Teologia Prática e Práxis Religiosa e mestre em Missiologia. Considerado amigo dos protestantes em seu país, o pontífice tem bom trânsito entre lideranças evangélicas portenhas e, no tempo em que era arcebispo de Buenos Aires, costumava participar de eventos comuns, inclusive reuniões de oração e estudos bíblicos. Bergoglio também já esteve em encontros do Movimento Lausanne na Europa, junto com líderes evangélicos e reformados.

Por tudo isso, Wesley pensa que Francisco representa certo "desejo maniqueísta" do cristão protestante. "É como se dissessem: 'Ele parece mais simpático, mais próximo e mais parecido com a gente'" – embora, no nível popular, pondera, não fica clara a projeção desse otimismo. "Entre lideranças eclesiásticas, há maior intencionalidade no que tange a procurar caminhos de cooperação. De qualquer forma, hoje a palavra de ordem é 'reconciliação', que se repete tanto em congressos protestantes como em católicos. Discussões ecumênicas são uma constante e se firmam na esperança de se ter sinais mais concretos de uma desejada reconciliação, não necessariamente doutrinária. Tais diálogos ecumênicos ganham certa medida de efetividade, embora sem garantia de sucesso de longo prazo".

Para o pastor, as conversações ainda prometem ser longas, difíceis e sem garantias de sucesso – "O que não pode ser usado como justificativa para a desistência", pondera.

Vivendo e trabalhando nos Estados Unidos, onde leciona na Emory University, em Atlanta, Luis Wesley explica que, lá, o relacionamento entre os dois grupos religiosos é diferente daquele observado por aqui. "O fator maioria-minoria, nos EUA, é o oposto do que ocorre no Brasil, onde a dinâmica relacional ganha claras nuances de tensão que acabam por se traduzir em rejeição e alta competitividade". Ele lembra as histórias relativamente recentes de perseguição religiosa aos protestantes no Brasil, o controle religioso do Estado e da sociedade, o preconceito e, sobretudo, as diferenças doutrinárias e de simbolismo. "Entre os brasileiros, no nível mais popular, quando protestantes e católicos pensam uns nos outros, ainda se projetam como rivais religiosos. Porém, essa relação na América do Norte, de esmagadora maioria protestante – a exemplo do que ocorre em outras partes do mundo –, é extremamente mais tolerante do que no Brasil. É, portanto, menos conflituosa e de natureza doutrinária, não política".

Porém, Wesley reconhece que muitas questões não resolvidas, como as enormes diferenças de teologia e doutrina, permanecerão como impasse – "A menos que haja um mal ou um bem muito maior que deva ser valorizado e force os dois segmentos do Cristianismo à unidade", especula. Entre os pontos de discórdia, o pastor destaca a crença católica na transubstanciação, na ressurreição corpórea de Maria, nas legiões de santos intercessores e outros, além do papado e da própria Reforma. "Por essas razões, penso que, se há qualquer futuro promissor no esforço de aproximação, este será no campo da teologia prática e da ação missionária, isto é, através da identificação de uma variedade de áreas em torno das quais se pode somar esforços comuns e agir em conjunto."

Embora a palavra "ecumenismo" costume causar arrepios nos crentes, o sociólogo e doutor em Ciências da Religião Gedeon Freire de Alencar, diretor do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos, destaca a existência da Comissão de Diálogo Católico-Pentecostal, promovida pelo Vaticano: "O organismo tem até a presença de pastores da Assembleia de Deus americanos, mas isso é desconhecido no Brasil". Segundo ele, também na América Latina ocorrem diálogos ecumênicos envolvendo líderes pentecostais e clérigos católicos. "O pentecostalismo brasileiro é quase totalmente anti-ecumênico, mas isso é uma característica típica do país", destaca o estudioso, que é presbítero da Igreja Betesda.

O abismo, no Brasil, tende a se manter. "Violência é quase intrínseca à religião – às vezes de forma concreta; outras, simbólica", continua. "Outrora hegemônico, o catolicismo se sentia livre para fazer o que bem queria. Agora, outros grupos, ricos e poderosos, querem repetir o modelo". Segundo Alencar, a aproximação, quando existe no Brasil, é como um abraço de afogados. "Acuados pela pressão social e pelas demandas modernas, como direitos reprodutivos e novas formas de sexualidade, católicos e evangélicos fazem acordos táticos e somente se unem em defesa do moralismo", critica.

RENOVAÇÃO X CONSERVADORISMO

Estão, de fato, ultrapassados os tempos em que a Igreja Católica brasileira assumiu uma face marcadamente progressista – revolucionária, até. Sacerdotes como Leonardo Boff e Frei Betto tiveram papel de destaque na implantação da teologia da libertação, de caráter esquerdista, no país, e justamente no período do regime militar. Em um mundo polarizado entre capitalistas e comunistas, o papa João Paulo II, conservador de carteirinha, era inimigo declarado do socialismo. O pontífice teve papel ideológico destacado na derrocada dos regimes do Leste europeu, inclusive na sua Polônia natal. Duramente sufocada pelo Vaticano, o movimento da libertação perdeu força em toda a América Latina. Censurado por seus superiores eclesiásticos no Vaticano, como o então cardeal Ratzinger, Boff acabou desligando-se do sacerdócio.

Ao mesmo tempo, uma mudança perceptível acontecia no seio do catolicismo brasileiro. Passado o tempo das missas rezadas em latim e dos sacerdotes distantes dos fiéis, sempre enclausurados nas sacristias, outro tipo de clérigo ganhou espaço. Religiosos da nova geração deixaram a batina para usar na igreja e passaram a andar de jeans, camiseta e tênis de marca. Padres com perfil de popstar, como Zezinho, Marcelo Rossi e Jorjão, começaram a celebrar missas animadas, onde o povo participava ativamente cantando hits, levantando as mãos e acompanhando orações proferidas em meio a lágrimas. A mudança de panorama começou a se delinear a partir da eclosão da Renovação Carismática Católica (RCC), movimento nascido nos EUA e que ganhou corpo por aqui a partir dos anos 1970. Com práticas litúrgicas despojadas, forte incentivo ao envolvimento dos fiéis e linguagem atraente para o jovem, a RCC mudou a face da Igreja e já tem, hoje, cerca de 10 milhões de seguidores.
É gente como a jovem Thaynara Bianco, de 19 anos.
Frequentadora assídua da igreja, ela comunga regularmente e participa dos encontrões do grupo jovem. "É uma bênção ser católico", declara a estudante de Direito, que carrega um terço na mochila, junto com o iPod onde mantém gravadas músicas de artistas como Dunga, Rosa de Saron e padre Fábio de Melo. Entre os planos para a vida, ela segue o figurino família: "Quero me formar, casar e ter meus filhos". Por enquanto, ela mora com os pais, também católicos, e enxerga a fé por um viés bastante conectado ao dia a dia. "Ser católico não nos torna diferentes de ninguém. O jovem cristão é normal, se diverte, vai à balada. Apenas carrego a minha fé comigo para onde for". Thaynara diz que é dever de todo católico levar a mensagem de amor de Cristo ao mundo. "Só assim as coisas vão melhorar. No meio dessa loucura toda, tenho encontrado na igreja uma segurança muito grande."

Uma crescente e bem montada estrutura de mídia se encarrega de levar a mensagem católica adiante. São centenas de rádios e quatro redes de TV com abrangência nacional, com destaque para a Canção Nova – instalada num complexo católico no interior de São Paulo – e Rede Vida. Antes criticada pelos setores mais tradicionais da Igreja Católica, a Renovação Carismática tem ganhado aceitação. "Pela sua própria natureza, a Igreja é plural", analisa o padre jesuíta Jesus Hortal, consultor da Comissão Pontifícia que trata do diálogo inter-religioso. "Já o Vaticano II, na sua Constituição Sacrosanctum Concilium, previa a adaptação da liturgia às idiossincrasias das diversas comunidades". Mas ele observa que isso deve ser feito de modo a englobar na unidade católica os diversos modos de expressão. "Aqueles que pretendem adotar formas novas devem estar abertos a críticas, especialmente da hierarquia, a fim de permanecerem dentro dos limites da comunhão católica. Mas, também, todos os outros devem estar preparados para acolher as legítimas inovações, sem condenações desnecessárias."

A Renovação Carismática, para o sociólogo Paul Freston, tem sido um dos catalisadores da força católica. Inglês radicado no Brasil e estudioso da conjuntura religiosa nacional, ele entende que a redescoberta da espiritualidade por esse grupo tende a robustecer a Igreja. "Passamos a ter um núcleo católico praticante de sua fé, diferente daquela maioria nominal que sempre existiu", aponta o professor colaborador da Universidade Federal de São Carlos (SP) e catedrático em Religião e Política em Contexto Global na Wilfrid Laurier University, no Canadá. "A evasão de fiéis se deu e se dá, basicamente, entre as pessoas com pouco vínculo com sua Igreja". Para Freston, mesmo essa perda numérica das últimas décadas tende a ser compensada em qualidade, neste sentido, pelo ingresso de novos fiéis, sobretudo jovens. "Ou seja, ser católico passa a ser uma questão de escolha pessoal, e não tanto mais por tradição familiar ou influência cultural."

O pesquisador não acredita que o número de evangélicos possa vir a superar o de católicos, como alardeiam muitos pastores. "A tendência, nas próximas décadas, é de haver uma acomodação. O catolicismo tem peso e tradição. O legado de centenas de anos, além do comando central – ao contrário do pulverizado movimento evangélico –, lhe conferem estabilidade". Por outro lado, assevera, regras como a do celibato sacerdotal são um empecilho ao seu futuro. "A capacidade de renovação do corpo sacerdotal esbarra nisso. Se a Igreja amanhã deixasse a questão para escolha pessoal do religioso, isso teria um efeito grande em novas vocações". Outra dificuldade, prossegue Freston, é o clericalismo – "Muita funções são exclusivas dos sacerdotes, e as instâncias decisórias, que têm poder de mudar as coisas, são conservadoras e centralizadoras. A Igreja Católica é como um enorme porta-aviões, cujas manobras são lentas e difíceis. Enquanto isso, as igrejas evangélicas têm a agilidade de carrinhos", compara.

Embora envolva seus fiéis em reuniões de oração e estudos bíblicos – práticas outrora tipicamente evangélicas –, a RCC está fortemente ligada a pilares clássicos da fé romana rechaçados pelos crentes. Além disso, a corrente representa pouca ou nenhuma ruptura com dogmas considerados anacrônicos em plena pós-modernidade. "O catolicismo tem uma dificuldade enorme de adaptar a sua mensagem às transformações sociais", aponta o pastor Paulo Romeiro, especialista em apologética e integrante da Igreja Cristã da Trindade. "Ela ainda combate o controle de natalidade por meios artificiais e não abre espaço para as pessoas que se divorciaram."

Romeiro lembra que o catolicismo, no Brasil, adotou um perfil próprio, de forte influência popular. "Muito do que se crê entre grande parte dos católicos nada tem a ver com as doutrinas oficiais da Igreja e nem com a Bíblia Sagrada. Há uma enorme quantidade de católicos aberta para todo tipo de crenças, superstições e crendices". No país onde o sincretismo religioso é marca registrada, figuras místicas como os padres Cícero Romão e Damião de Bozzano, que marcaram época no interior do Nordeste, recebem intensa veneração popular, embora não sejam reconhecidos pelo Vaticano. "Muitos católicos não têm dificuldade de crer em reencarnação e abraçar muitas formas de simpatias e superstições."

"INSTITUIÇÃO NÃO SALVA"

Pastor da Convenção Batista Nacional e professor de Teologia do Novo Testamento e História das Religiões no Seminário Teológico Evangélico Peniel, no Rio, Eber Jamil entende que a teologia e práticas católicas são equivocadas quanto à doutrina da salvação. "Para os católicos, Jesus não é o único mediador para o homem se chegar a Deus. Os sacerdotes, os santos e Maria também são intermediários, ou medianeiros, como eles chamam. Outra questão é que o catolicismo prega a essencialidade dos sacramentos, e estes são ministrados por sacerdotes. Portanto, a salvação é pela via sacerdotal".

Ex-católico praticante, o pastor Flávio Magalhães diz que conheceu a Cristo na Igreja Romana. "Eu me converti genuinamente sendo católico. Não tenho dúvida disso. É possível um católico adorar somente a Deus", afirma. Mais tarde, contudo, afastou-se da Igreja Romana. A idolatria o incomodava. "Há uma ordem expressa do Senhor nos Dez Mandamentos, de que só a ele devemos render culto. Creio que o descumprimento desse princípio é suficiente para comprometer a salvação de qualquer pessoa". Outro motivo que Flávio aponta para seu rompimento é que a doutrina católica, em sua opinião, se assemelha ao espiritismo na consulta aos mortos. "A simples reza da Ave Maria é uma forma de comunicação com uma pessoa morta. Essa prática, segundo a Bíblia, é abominável".

O pastor lembra um dos princípios da Reforma, que é o sacerdócio universal dos crentes, para apontar o que considera outro erro. "A confissão de pecados ao padre não chega a ser um pecado em si, pois a Bíblia nos recomenda confessarmos nossas falhas uns aos outros. Porém, a partir do momento em que isso se torna obrigatório, com o fiel se confessando exclusivamente ao padre, se torna uma doutrina extra bíblica". Depois de um longo período na Igreja Missionária Evangélica Maranata, na qual chegou a diácono, Flávio, que é casado e tem dois filhos, foi ordenado ao ministério pastoral e agora lidera a Igreja do Evangelho Simples, congregação instalada na zona norte do Rio de Janeiro. Mas ele critica o pertencimento religioso meramente nominal, que na sua opinião tem sido uma realidade tanto para evangélicos como para católicos. "Qual a diferença entre o domingueiro que vai à missa e o domingueiro que vai ao culto? Instituição não salva ninguém. Salvação não é questão meritória, mas sim, obtida pela graça do Senhor.